segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Vida in Loco.

Liga a TV e roí as unhas. Nada melhor que emoções em terceira pessoa. Mas a bandeira tinha que ser justa a do São Paulo? Técnico falando sobre amor na televisão?

-No amor e no futebol não há razão- o marido havia sepultado isso no clássico da outra semana.

Ela desliga. Era muito forte para ela, abre a janela na varanda e fuma o cigarro. Suspira. Tenta fazer algo na cozinha, abre a geladeira, Sorvete! sabor morango, era época.

Pensa em como é bom fantasiar que é para sempre. Adorava pensar isso antes de casar. Não se contem e volta para a sala. Sente falta de ter sentimentos como este, se identifica com o seqüestrador. Loucuras de amor faziam falta na sua vida.

A menina volta? Não volta, ela torce. Pensa em seu marido, e pensa se mataria por paixão. Agora não, mas antes da aliança sim. Entendia o rapaz. Ele não era belo, não ia ter futuro, e tudo que podia fazer era apontar a arma na cabeça da amada e pedir um beijo apaixonado. A gente se agarra ao que pode ter.

Ela voltou. Sonia agarra a audiência, tem vontade que aquele momento nunca acabe. A terceirização nunca teve época melhor. Acha uma falta de vergonha esse show barato, mas não consegue deitar de tão incomodada que está. A consciência se confunde, quem é quem, e o que é o que.

Vê a foto das meninas na TV, uma era bonita, a outra tinha a boca grande demais. Não era a toa que ele desconfiava dela. Não agüento mais, Não agüento mais. Torturas psicológicas, ele pergunta aonde quer que seja o tiro.

-Invadi! Invadi caralho.

Barulhos de fogos de artifício. A vitíma olha para baixo. O assasino era seu Pai. Seu Pai.

Loucuras da vida.

Onde Deus errou.

humano hu.ma.no adj (lat humanu) 1 Que pertence ou se refere ao homem. 2 Humanitário. 3 Bondoso, compassivo, caridoso. sm pl O gênero humano, os homens, os mortais.

homem ho.mem sm (lat homine) 1 Ser humano em geral; o homem é um mamífero bípede, dotado de inteligência e linguagem articulada. 2 Indivíduo da espécie humana. 4 A humanidade. 6 Aquele que procede com madureza, que tem experiência do mundo. 7 Aquele que possui em alto grau os distintivos da hombridade: Só ele era homem para enfrentar tal perigo. 8 pop Espécie de jogo de rapazes. 9 Pessoa de quem se trata.

Foi no conceito, meu chapa.
No conceito.

Exatamente errado.

"Se cada segundo de nossa vida deve se repetir um número infinito de vezes, estamos pregados na eternidade como Cristo na cruz. Que idéia atroz! No mundo do eterno retorno, cada gesto carrega o peso de uma insustentável leveza. Isso é o que fazia com que Nietzsche dissesse que a idéia do eterno retorno é o mais pesado dos fardos. Se o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, nossas vidas, sobre esse pano de fundo, podem aparecer em toda a sua esplêndida leveza.Mas, na verdade, será atroz o peso, e bela a leveza?"

A insustentável leveza do ser - Milan Kundera

"Fazer, todos os dias, as mesmas coisas e esperar resultados diferentes é a maior prova de insanidade"

Albert Einstein

A escolha é algo estúpido.

Bankrupt

-é… seu perfil me agrada, mas temos muitos candidatos tão bons como você. Por que devo escolher você?
-Porque sou muito inteligente e muito criativo.
...

-E sou muito irresponsável! Irresponsável!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

In God we trust.

Estava cansado de ver o narcisismo dos homens; criou a barata, para lembrá-los que não são evoluídos como pensam.

Nem que são tão sujos...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Fell in love with a girl.

Adorava borboletas coloridas e livres.

Decidiu aprisionar no estômago porque era um presente.

Mal sabia que as borboletas só vivem um dia, e que, no estômago, ia dar diarréia.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

R.G./ CPF, sou Brasileiro.

O melhor do Brasil é o brasileiro.
Povo que não desiste nunca.

Te pergunto.

Quem são os que vencem sempre e desistem primeiro?!

And then POP! goes my heart.

Não era do champagne que ela gostava, era da sensação de poder beber champagne. Fazia bicos e caras para pronunciar a marca e o tecido. O glamour era tudo.

Conseguiu uma viagem para Europa. UAU! Viu os castelos, os museus, as pessoas... Mas o que lhe interessou foi a comida barata e farta de Portugal que lembrava o Brasil.

E voltou. gostando de salaminho, cerveja barata, e Habib’s aos fins de semana.

O mundo era dela. Tinha virado populista.






ai! que vontade de rir.

A gente sonhava em ser. Que pena.

Primeiro ano de faculdade. Nervos a flor da pele, porque o cérebro já não funciona tão bem.
Diários de motocicleta. era tão bom sonhar com um mundo que coubesse na nossa mão devido a globalização.
Centro acadêmico. Politizados, queríamos aprender a fazer política; aprendemos a sermos frustrados.
Revolucionária. Ser humanista era algo bom, agora é algo risível. Pelo menos serve para uma boa piada.
Sonhadora. A última coisa a nos abandonar, porque esse nos segue, mesmo que em forma de pesadelo.
Marxista. A gente gostava porque ninguém gostava, e a maioria do que ele disse, nunca saiu de sua boca, mas deumoutro.
Cigarro. Ficávamos angustiados, mesmo que fosse bom no começo, a gente se tornou dependente depois.
Rotina. Viramos banqueiros, e morremos em todo dia-a-dia.

pena.

domingo, 12 de outubro de 2008

Quero ser grande.

Ele, ensinava sobre a vida.

Ela, ensinava a vida.

Toda a noite esperava ansiosa, com olhos de desejo, o que ele mais gostava nela.

Ele agia como criança, atrás dos olhos escondidos pelos óculos, o que ela mais gostava nele, a inocência.

Mundos diferentes sob a mesma superfície, se indagavam quando e o porquê. Sabiam que aquilo tinha tempo e espaço para acabar.

De um lado, alguém que largaria tudo por um propósito.

Do outro, alguém que nunca largaria tudo pelo outro.

O abraço foi longo, e o beijo sem fôlego. Estavam cansados.

Ganharam e perderam o melhor que eles tinham.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Cigarros e mentiras.

Queria ser Amelie Poulain, francesa, e com a testa aparecendo por causa do corte de cabelo. Procurou um namorado para que pudesse fazer jogos e surpresas, e tentava salvar o mundo para ele se lembrar dela.

Só não achava uma coisa: um jeito de relaxar. Tentou jogar pedras no lago, estourar bolhas de plástico, e beber. Falhou.

Não achando sua válvula de escape, se descontenta com o mundo. Ele não era verde e vermelho vibrante, nem tão vivo como no filme, e é claro, o orgasmo não a fazia gritar. Via pessoas falando sobre o cigarro e como esse fazia elas relaxarem. Pensou em Amelie.

A primeira foi um desastre, tossiu e achou aquilo com gosto de esgoto. No entanto, estava desesperada para escapar e se desmanchar do mundo. Na quinta vez a fumaça fez cócegas em sua garganta. Era isso! Seus ombros relaxaram e o mundo adquiriu cores novamente.

Começa a fumar freqüentemente, constantemente, alucinadamente. E durante o dia inteiro procurava uma maneira de inspirar fumaça.

Chega o inverno. Seus lábios mais secos que o normal e o contato com o papel. Acabaram por rachar. Passou a mão no lábio e viu seu sangue: Vermelho! Achou linda aquela cor, e para comemorar acende outro cigarro, este também mudava de cor, se humanizava com seu sangue. Tudo era lindo.

O sangue estancou, as feridas aumentaram, e seu lábio virou roxo. Gostava era do vermelho vibrante, e não do roxo doentio. Usava batons carregados, e para disfarçar, usava um lenço verde e óculos escuros. Amelie parecia uma vadia.

Apesar de fumar e ter um escape temporário da realidade, não escapava da memória do primeiro arranhar de garganta. Queria sentir aquilo novamente. Tentou cigarros de palha, esquentar o tabaco numa fogueira, mas o mundo conspirava contra ela.

Acabaram seus cigarros e foi comprá-los. Usou seu carro, era melhor que uma motocicleta, e a Amelie perdoaria seu meio de condução. Ele enguiça. Gira a chave com mais forca, estava perturbada e fora do controle. Ouve um barulho alto de explosão. Sai do carro e vai conferir atrás. Olhava a fumaça preta do escapamento e delirava. Precisava daquilo. Olha para os lados para ver se alguém estava olhando; não gostava de ser interrompida no seu momento de relaxar.

Tudo bem. Respira fundo.

Bota a boca naquele cano, lembra do gosto de esgoto daquele dia. Lembra da fumaça acariciando suas papilas gustativas. Lembra de Amelie jogando pedras no lago. O mundo não lembra dela.

Teve uma morte tranqüila.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Macabeia e seu primeiro amor.

-Que horas são?

-Onze e cinqüenta. – que besta e que inocente pensa.

...

-E agora?!

-Agora é hora nenhuma.

-Existe isso?

-Meia noite Macabeia, Meia noite!

-E o que isso significa?

-Significa que o mundo começa agora.!- Sua doida, grita por dentro.

-Devo comemorar ou ficar triste?

-Não faca perguntas difíceis... MACABÉA!

domingo, 5 de outubro de 2008

A Távola quadrada e o amigo, e os cinco anos.

Havia algum tempo que não se reuniam. Haviam passado tempo demais consigo mesmos. Mas a reunião era oportuna, a despedida de um amigo. E pensavam consigo mesmos como era estranho se reunir numa despedida.

Nervos afotoitos, mas tudo bem. Era uma questão de amizade, nada comprometedor.

A estrela da noite chegara antes, a festa era dele, por que não chegar antes? Mas não podia chegar sozinho, então liga pro amigo mais próximo dali. Oferece carona e tudo parece bem.

Chegam aos pingados, já não vinham de ônibus, nem com seus pais. Alguns traziam amigos, outros amantes... Eram outros tempos.

Ah!. E como gostavam de histórias passadas. Lembravam-se de histórias de outros tempos, onde não eram cúmplices, eram somente amigos, e ainda era legal gorfar, era novo!
Se orgulhavam de sua originalidade, de sua perspicaz naturalidade. Ainda eram jovens nas éstorias do passado.

Algumas soavam sinceras e próximas; incomodavam os amantes ou os agregados, mas contagiavam os demais. Era uma após a outra. Comemoravam a existência de si para os outros. Evitavam outras, é claro. A verdade ou os futuros que poderiam existir eram duros demais com eles. Alguém sugere um nome, advérbio, adjetivo... tudo bem, um silêncio entre amigos era a prova de sua amizade, ou do amadurecer. E lembravam de como as músicas faziam tudo aquilo ter algum sentido.

Alguém deixa escapar; era o fim do mundo. Muitos pensam em continuar o pretérito perfeito, e dar risada. Mas todos optam por deixar aquilo desfocado, o silêncio....

Entreolham-se.

Ficam quietos, e começam a aleatoriedade; -Um brinde a amizade! um ou outro sugere.

A noite poderia perdurar a eternidade, e mesmo assim, soaria nova, como em todas as outras aventuras que eles buscavam. Era um momento de nostalgia.

Porém, mesmo que haja um brinde com a garrafa, ela terá fim, logo, à noite também a terá.
Se apega as suas lembranças, abaixa a cabeça, lembra do número de amigos que têm no Orkut, e pensa:

-Sou uma pessoa feliz.

Se emociona, abaixa a cabeca na mesa com a mão na testa. Dois vão ao seu lado e tentam abraçá-lo, era um blefe. A realidade estava no chão. Havia deixado sua marca no bar.

Boa viagem amigo, amigos, e todo o mais.