domingo, 28 de setembro de 2008

As mentiras que os homens contam.

Odiava baladas, mas foi. Pedia licença com um toque no ombro, e as pessoas olhavam pra ele, talvez em busca de romance. No entanto, seu alvo era um só: o Bar. 3 da manhã e não agüentava mais, suava frio de vez em quando, mas tudo bem; tinha um copo de cerveja gelada. Não tinha assunto para conversar com os outros, e bebia mais rápido e ia mais pro bar. Na fila da cerveja, duas meninas o empurram, fica bravinho, mas não gostava de fazer drama na balada, olhou para elas, suspirou, olhou para cima, pensou no motivo de merecer tudo aquilo, e fez uma carinha de bravo.

Elas sorriram, viram que ele ficou bravinho, e começaram a atiçá-lo. Perguntaram a faculdade, e começaram a cantar. A mais embriagada, é claro, começou a se esfregar nele. Tudo bem, ele pensou. Mas a outra era mais cativante, menos bonita, mas mais cativante. Acabaram se beijando. Quando estava cansado daqueles beijinhos, se encheu de atitude e disse:

-Vamos para aquele muro escuro?- como eu sou idiota, respondeu a si mesmo.

Ela só acena com um sorriso. Beijaram-se por uma hora. Ficou preocupado, pois estava de carona. Olhou pro celular buscando as horas e uma ligação que o dispensasse daquilo tudo. Tomou coragem e disse que tinha que ir. Ela pegou no seu pau. Voltou a por seu celular no bolso e se entregou ao beijo novamente. Cansado, queria sair daquilo lá. Separou-se dos lábios, ela percebe, e indaga:

-Vamos ao banheiro? É sussa...

Olha pro celular, pensa no que está acontecendo, e decidi ir embora.

Encontra os amigos, se anima, vai embora, e no meio do caminho solta:

-Peguei uma mina, ela pegou no meu pau, e me chamou pro banheiro.

As Mentiras que as mulheres contam.

Estava a fazer massagem nos amigos. Outro estava sentando, emputecido com a situação, não agüentava ficar sobrando no quarto, e vendo-a ignorá-lo. Decidiu sair para fumar um cigarro. Ela entristece, olha pra alguém que confia, e esse acena com a cabeça. Ela decidi ir atrás do fumante. Ele a vê, fica com raiva, mas não fuma, sabia que ela não gostava de fumaça. Ela segurava uma latinha na mão, e foram para a varanda. Começa a beber rápido, para ficar vermelha. Balbucia:

-Estou bêbada.

Ele a vê, acha a situação ridícula, mas continua com o drama. Ela começa a se jogar nos braços dele, queria ter a certeza que era o centro da atenção, e sorria quando ele a pegava. Olhou pra baixo, seus olhos incharam, tomou coragem e disse:

-Eu gosto de você.

Ele toca seu rosto, acha graça, meche no cabelo e nos lábios. Tinha ganhado seu coração.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Só as mães são felizes.

Nunca teve uma boa relação com a mãe. Mas, tinha começado a trabalhar justo um mês antes do Dia das Mães. Dessa vez comprarei um presente legal, pensou. Lembrou da sua mãe quando era criança, ela gostava de cuidar das orquídeas mesmo que elas morressem um mês depois. Me acalma, ela dizia. Falou com o atendente:

-Você tem orquídeas?

E comprou a mais bela das orquídeas que tinha visto. Olhando, ela parecia alta, refinada e branca. Era essa.

Voltou para casa, e a pôs em cima da mesa. Ela adorou. Nos dias seguintes a via tirando fotos da orquídea sem parar, sabia que elas morreriam mais, e mais rápido por causa do Flash. Disse para a mãe:

-Não tire tantas fotos da orquídea, Mãe...elas vão morrer mais rápido.

-Tenho que aproveitar enquanto estão bonitas.

Jantou batatas. E a orquídea, tão vistosa que era, morreu.

Um mês depois, cansado e estafado do trabalho, viu uma grande foto pendurada na parede. Era ela, seu presente. Procurou sua mãe, e deu um abraço sincero pela primeira vez na vida...

O Velvet Underground e o Ipod.

Gabriela tinha 15 anos e era tímida, e nunca pedia o que queria ganhar no natal. Dado natal ganhou um Ipod. Nem gostar de música gostava, na verdade. Para não aborrecer seus pais, pegou os discos velhos de bossa nova e ouvia no caminho para a escola. Na escola, sentava no canto, perto da porta, assim saia mais rápido da sala quando a aula terminasse, e quem entrava na classe não podia a ver, afinal, estava atrás da porta. Um dia, Raúl, um cara que ela odiava, sentou ao seu lado, viu seu ipod, e sugeriu que ela ouvisse a banda que estava estampada na sua camiseta, que tinha usado por três dias seguidos, pensou ela. Ela fez que sim com a cabeça, mas nem prestou atenção. Prestativo, e sabendo que nada ia acontecer, Raúl grava um cd para ela passar para o Ipod. Apesar de odiá-lo, não queria que ele a odiasse, e pôs as musicas no seu ipod.
Numa bela manhã, ligou seu ipod, clicou no Random, e soube pensando que sabia, ela era Rockeira. Logo, começou a beber.
Completou 18 anos, e entrou na faculdade de história. Saiu nas ruas de São Paulo em busca de seus sonhos, e caiu na Rua Portugal. Na aula do dia seguinte, de ressaca, descobriu que Mussolini não veio ao Brasil porque sua esposa estava grávida, e que Hitler queria, no fundo, ser um artista. Num momento de epifania, pensou, quero ir para a Europa. Lembrou do dia que estava em busca de seus sonhos, e que caiu na Rua Portugal, portanto, Portugal será.
Chegou lá, não achou nada demais. Numa noite, cedendo a pressões de amigos foi a balada. Tocou Rock. Viu Raúl no MSN e disse: Aqui tem balada de Rock, e dormi as 7 da manhã.
Dali em diante, nada mais importava; sabia: “Sua vida tinha sido salva pelo Rock’n’Roll”; e pelo Ipod com sua função Random.

Mostra a sua cara.

A gripe chegou aos EUA. Mas tudo bem, a reunião aconteceu do mesmo jeito, afinal, eram marxistas, e estavam cansados de serem explorados. No meio do discurso: a euforia; sabiam o que mereciam, um aumento de salário. Decidiram que pela manhã, entrariam em greve, e fechariam os estabelecimentos onde trabalhavam. Tudo resolvido. Imprimiram faixas, mobilizaram os outros funcionários, contrataram até funcionários terceirizados; e às cinco da manhã estavam todos prontos pra guerra. Em frente as suas empresas faixas e protestantes que impediam a entrada de pessoas, só deixando entrar as pessoas com que eles se identificassem: os explorados. 11 horas da manhã, ligam o som. Aparecem os funcionários terceirizados, os palhaços. Cantavam alto e se equilibravam nas pernas de pau, finas e altas. “Sou cowboy! Cowboy fora da Lei”, a greve eram dos bancários. Do outro lado da rua, até acho graça, coisas como essa só acontecem no Brasil. E os palhaços começam a cantar:

-Plunct! Plact! Zum!
Não vai a lugar nenhum.

E sei, não queria estar em nenhum outro lugar.

Até a outra vez, eu penso.

Mostra a sua cara.

A gripe chegou aos EUA. Mas tudo bem, a reunião aconteceu do mesmo jeito, afinal, eram marxistas, e estavam cansados de serem explorados. No meio do discurso: a euforia; sabiam o que mereciam, um aumento de salário. Decidiram que pela manhã, entrariam em greve, e fechariam os estabelecimentos onde trabalhavam. Tudo resolvido. Imprimiram faixas, mobilizaram os outros funcionários, contrataram até funcionários terceirizados; e às cinco da manhã estavam todos prontos pra guerra. Em frente as suas empresas faixas e protestantes que impediam a entrada de pessoas, só deixando entrar as pessoas com que eles se identificassem: os explorados. 11 horas da manhã, ligam o som. Aparecem os funcionários terceirizados, os palhaços. Cantavam alto e se equilibravam nas pernas de pau, finas e altas. “Sou cowboy! Cowboy fora da Lei”, a greve era dos bancários. Do outro lado da rua, até acho graça, coisas como essa só acontecem no Brasil. E os palhaços começam a cantar:

-Plunct! Plact! Zum!
Não vai a lugar nenhum.

E sei, não queria estar em nenhum outro lugar.

Até a outra vez, eu penso.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Corre cotia. (inspirado em fatos reais)

Belo tinha 10 anos. Era aluno de escola particular, não era muito popular, mas era amigo do mais popular.

Levantou a mão para ir ao banheiro, na verdade só queria assistir cinco minutos a menos de aula. Concedido. Rumou ao banheiro pensando num assunto para conversar com seus amigos no recreio.

Chegou ao banheiro, e vê Wagner, desolado. Numa tentativa de afeto, falou baixinho:

- não chora... Por que está chorando?- na conhecida fraternidade de crianças ao ver outra chorando.

- não tenho amigos, ninguém gosta de mim...- murmurava em lágrimas.

Belo, ouviu o garoto, se assustou, foi para a sala correndo, sentou do lado de seu amigo mais popular e contou:

- Wagner está chorando no banheiro porque não tem amigos!

ps: não sei quando e onde me contaram, e nem do porquê eu me lembrei dela.

Minha vida de cão.

Frederico tinha uma vida boa. Comida, casa, água, roupa lavada e tudo mais. Alguns até diziam que era um bon vivant. Saia por aí se divertindo, e de vez em quando dava até sorte com o gênero feminino. Tinha até boa postura.

No entanto, achou a mulher errada, e pensou que era a certa. Nunca a tinha visto, mas um carinho no seu cangote o fez apaixonar subitamente. O pescoço sempre foi seu ponto fraco. No que ela conduziu-o até um quarto. Era verde e frio, e tinha uma cama de metal. Ela o amarrou, Fred pensou ter dado a sorte grande. Nunca tinha tido uma experiência como aquela... Quando a viu colocando uma luva plástica teve certeza:

-É a mulher da minha vida- pensou por dentro.

A mão passou por sua cabeça, desceu pelos pêlos do peito, e chegou a seus órgãos genitais. Teve um calafrio, que bom aquela cama gelada e aquela mão tocando seu corpo. No meio daquela estremecida, VUPT, o tinham castrado.

Voltou para sua casinha, e deitou em posição fetal.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

My hips don't lie.

John estava no bar a discutir as relações amorosas. Não havia tais palavras para ele.
Dizia alto, do jeito que só podia ser:

-Sou mais azedo que limão espremido. E olhe que eu adoro limão... Além de azedo sou amargo.

Desenhava, palavra por palavra, seu discurso. E que discurso.
Do que se junta, não mais que de repente, uma menina. Thalita tinha um sorriso lindo e uma bolsa que se ganha fazendo trabalho voluntário. Ela era uma humanista.
Perguntada sobre seu sonho, respondeu de bate-pronto:

-Não quero me odiar, fazer a coisa certa.

Nisso, os olhos já cansados de John começava a brilhar, sua cabeça rodava, e murmurava que estava embriagado. As mãos se entrelaçavam, e num brinde qualquer, as bocas sedentas se encontraram. Um beijo furioso, meio que caótico. Se atraiam, e por mais que estranho que parecia ser, trocavam carícias e beijos. Manhosa, ela tirava o braço de John para que ele colocasse de volta. Ah... eram tempos de morango, ela sonhava.

A cerveja não parava de vir, e os chamegos também não. Roçavam os narizes, as coxas, as bocas...

Dada hora, John abaixou a cabeça, notou que tinha bebido demais. Mas os amigos, cansados e atônitos, decidiram ir embora. John e Thalita estavam de carona. Ela, é claro, levantou primeira e foi na frente, no que ele, pelo contrário, correu atrás dela, segurou sua mão, e beijou a sua testa. Por acaso, se é que esse existe, estavam no mesmo carro. Os amigos foram juntos para verificar se John estava em condições de não vomitar enquanto o carro balançasse.

E de um jeito assim, sem mais nem menos, levantou a cabeça e se dirigiu a porta da frente do carro. Thalita, mal acostumada que é, indagou:

-Você vai na frente? Que cavalheiro hein? – com aquela voz de dengosa e que queria um chamego.

John, como um hábil atacante, olhou para ela, pôs os óculos na cara e lhe aplicou a finta.

-Quer ir na frente? Então vá...

John estava de volta. Sóbrio, como um limão ressecado caído da árvore.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Mariana foi pro mar.

Felipe foi tirar o visto na segunda-feira no consulado Americano. Nesse processo, ele foi entrevistado por Margareth, que ao checar seu passaporte, perguntou para ele: O que você foi fazer na Rússia? Ele abriu um sorriso, passou algumas memórias na cabeça dele, e respondeu: Um mochilão!

-Mochilão?!

-É. Você pega uns amigos, uma mochila, e saí por aí viajando.

-Que legal...

Margareth foi pra casa e ficou a pensar no significado de mochilao. Chegou à conclusão de que a vida não podia ser mais bonita. Dormiu e sonhou com uma mochila grande levando ela e seus amigos por aí.

Cinco da manhã, BEEP!!!!!!!!!!!!! BEEP!!!!!!

É... a vida não podia ser tão bela assim...