domingo, 5 de outubro de 2008

A Távola quadrada e o amigo, e os cinco anos.

Havia algum tempo que não se reuniam. Haviam passado tempo demais consigo mesmos. Mas a reunião era oportuna, a despedida de um amigo. E pensavam consigo mesmos como era estranho se reunir numa despedida.

Nervos afotoitos, mas tudo bem. Era uma questão de amizade, nada comprometedor.

A estrela da noite chegara antes, a festa era dele, por que não chegar antes? Mas não podia chegar sozinho, então liga pro amigo mais próximo dali. Oferece carona e tudo parece bem.

Chegam aos pingados, já não vinham de ônibus, nem com seus pais. Alguns traziam amigos, outros amantes... Eram outros tempos.

Ah!. E como gostavam de histórias passadas. Lembravam-se de histórias de outros tempos, onde não eram cúmplices, eram somente amigos, e ainda era legal gorfar, era novo!
Se orgulhavam de sua originalidade, de sua perspicaz naturalidade. Ainda eram jovens nas éstorias do passado.

Algumas soavam sinceras e próximas; incomodavam os amantes ou os agregados, mas contagiavam os demais. Era uma após a outra. Comemoravam a existência de si para os outros. Evitavam outras, é claro. A verdade ou os futuros que poderiam existir eram duros demais com eles. Alguém sugere um nome, advérbio, adjetivo... tudo bem, um silêncio entre amigos era a prova de sua amizade, ou do amadurecer. E lembravam de como as músicas faziam tudo aquilo ter algum sentido.

Alguém deixa escapar; era o fim do mundo. Muitos pensam em continuar o pretérito perfeito, e dar risada. Mas todos optam por deixar aquilo desfocado, o silêncio....

Entreolham-se.

Ficam quietos, e começam a aleatoriedade; -Um brinde a amizade! um ou outro sugere.

A noite poderia perdurar a eternidade, e mesmo assim, soaria nova, como em todas as outras aventuras que eles buscavam. Era um momento de nostalgia.

Porém, mesmo que haja um brinde com a garrafa, ela terá fim, logo, à noite também a terá.
Se apega as suas lembranças, abaixa a cabeça, lembra do número de amigos que têm no Orkut, e pensa:

-Sou uma pessoa feliz.

Se emociona, abaixa a cabeca na mesa com a mão na testa. Dois vão ao seu lado e tentam abraçá-lo, era um blefe. A realidade estava no chão. Havia deixado sua marca no bar.

Boa viagem amigo, amigos, e todo o mais.

Um comentário:

Daniel Rubim disse...

uma história que começa com um "e" e termina com uma vírgula.