quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Anti-heroí Brasileiro ou Biofobia.

A solidão adora companhia.

Então, saí da roda da conversa e fui fumar um cigarro.

*sigh*

ps: se você não entendeu, veja O Anti-herói Americano.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Conclusão.

Para ler esse texto, feche os olhos, tampe as orelhas, morda o lábio de cima e encoste a língua no céu da boca,

Ótimo!

Esqueça os amores, os amigos, a faculdade, o trabalho, o computador, o Orkut, os filmes, a ideologia. São só ilusões.

O real, o real!

O Real está na sua carteira.

Ainda bem que ela tem seis caras diferentes e é multiplicável.

Aleluia.

Sonhos e esperanças.

Depois de sua primeira tentativa de suicídio, sua família trocou os talheres por peças de plásticos. O copo de uísque ou de cerveja por descartáveis. E, quando sentava a mesa, a família inteira sorria e perguntavam uns aos outros se estava tudo bem e como foi o dia.

Começou a usar munhequeiras. Jogar tênis e falar de negócios parecia leve. O dia que foram pro putero, ou o uso de mão de obra barata e explorável sempre lhe pareceu mais fácil.

Foi atravessar a rua, e o motoboy quase o atropelou. Conseguiu se desviar, ainda bem.

Voltou para casa e não contou pra ninguém. Ver as pessoas tentando dar certo era a única maneira que podia ser, que deveria ser.

domingo, 23 de novembro de 2008

Cansei de ser sexy.

Metro é algo fascinante. Comprei o bilhete e fui em direção a catraca. Uma mulher, que provavelmente era pobre, trabalhadora, e que provavelmente não sabia falar inglês usava uma camiseta amarela e calça jeans. Ela era extremamente inconscientemente consciente sobre sua situação. Coisas que só acontecem com a sabedoria do bom senso, ou do senso comum, ou da aleatoriedade da vida, sei lá. Em sua camiseta amarela estava escrito: “I am a fashion victim”. Eu sabia... eu sabia....

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sabedoria feminina.

Foi pra festa porque queria conhecer seus amigos. 1 mês de namoro, e não saber com quem ele anda, ou com quem deve competir?

E foi. Lembra da frase: “Diga-me com quem andas, que te digo quem tu és”. Se acalma.

No carro, no caminho de volta, confessa:

-Sabe? Eu gosto muito de você, da nossa relação...

Não sabe o que fazer, homens nunca sabem. Então, repete:

-Não, é claro. Eu também gosto muito de você. Você sabe, né?

Ah!, o truque masculino da pergunta na resposta sempre cai bem- pensa.

-Mas, eu gosto mesmo de você viu? É de coração. Não to brincando não.

-É, eu sei. E eu também não to mentindo não, viu?

A música fala mais alto, mas ela continua a fitá-lo.

Acha que a resposta não a convenceu, olhos inchados sempre fora seu ponto fraco. Porém, não sabia o que fazer.

-O que aconteceu?- será que ela não tinha gostado dos seus amigos? Não deve ter gostado da que usava saia.

-Nada...

-Vai me diz...- Mulheres gostam é de insistência.

-Nada...

-Tá tudo bem mesmo?- para ter certeza.

-Não né?! Você gosta mesmo de mim?!

-Gosto pra caramba, olha, eu te adoro. Te adoro mesmo.

Vira o rosto e põe a mão na cara.

Foi a primeira vez que ele disse eu te amo.

domingo, 16 de novembro de 2008

Deu saudadezinhas... ou Utopia ou O preferido do Amigo.

Por sua vida inteira, procurou o silêncio.

Nunca conseguiu escapar das batidas do seu coraçãozinho.

Surripiado. de fato. mas, deu saudade. hahaha

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Corações.

A olhava na busca por desastres premeditados e inevitáveis.

-Dois corpos nunca ocupam o mesmo espaço-tempo.

Não se importa.

Suas olheiras lhe encantavam. Os olhos mal maquiados e o cabelo levemente azedado não embelezavam a dor e as noites mal dormidas. Gostava disso.

Pensava que o que a paixão construiu; o amor, eventualmente iria destruir.

E era assim. A liquidez que o encantava, a consumia.

Pobre o rapaz que morre sem experimentar a selvageria do amor, e sortudo o que pode esquecer-se dela.

E tentou. E a execrou. Por todas as noites que passava sem dormir, e por todas as manhãs destinadas a acordar sem seu cheiro, sem seu coração, sem sua compaixão.

Perdera a fé. E se perguntava se aquilo realmente havia existido, pois a força de esquecer lhe parecida mais forte que a realidade. Menos forte que o poder da ironia, é verdade.

Crucificou seu coração. E o sepultou, para que nem o desejo da morte pudesse encontrá-lo. Para esquecer, para vagar. Entre o limbo, o purgatório, o mar.

O tormento aumentava. Como viver sem o que mais se deseja?

A vagueza de seu sem rumo se fazia em círculos. A volta da partida. Seu coração tinha nome. Retira e reaviva os pulsos de outrora. Sente-se perto.

Lembrar era o mais próximo que podia estar.

um texto bom.

Porra. Sabe o tipo de sentimento que se tem que dá até vontade de gritar de tanta alegria, ainda mais se o grito for um palavrão desmedido, descontrolado, daqueles que se fala no tesão do momento.

Que caralho! Merda. São poucas as sensações que se tem assim na vida. O time sendo campeão, entrar na faculdade; que seja, que for. Dá calafrios.

Sabe?!

Tenho vontade de pular da sacada da minha casa umas três vezes por semana. Tô cansado desse politicamente correto, daquele pessoal que jura com dois pés juntos, com a língua pra fora e mãos estendidas para não fazer figas escondidas, dizendo ser Idealista e que trabalha em banco, do sistema, de todas essas merdas que me fazem sentir sem sentido algum. São tantos os exemplos que posso fazer um mestrado sobre isso.

Isso me faz cada vez mais olhar pra cara de outros e saber que o outro é só mais um número ou uma letra de alfabeto, em conjunto ou não (odeio decorar nomes e datas), e que eu sou o mesmo pra eles.

E daí, tem-se aqueles momentos de sorte esporádica randômica sob a luz dos cosmos do signo do horóscopo chinês devido às fases da lua. Aqueles momentos que daqui a 10 minutos você pode esquecê-lo e que mesmo assim fez todo o maldito, ou bendito, sentido daquele momento, e quiçá, o resto da vida.

E puta que pariu. Era um texto de infância.

Outro dia eu escrevi uma carta pra minha irmã. Daqueles trabalhos mega-chatos e mega-bregas que a pessoa vai abrir daqui a dez anos. DEZ ANOS! Para saber o que alguém queria te dizer 10 anos atrás. Eu fiz uma carta linda. Dizia que ela ia pensar na infância, lembrar de mim, e de como a gente jogava videogame, e como eu a forçava a assistir filmes, que pra mim, formariam o caráter dela como pessoa, e a mudaria de profissão: de administradora (porque ela adora contar dinheiro) para alguém que faz audiovisual (é, eu não sei o nome da profissão), ou até mesmo (se a coisa não der certo) uma publicitária. Administradora NÃO! Puta caretice da porra ficar ouvindo administradores falando do banco e das malditas derivativas. MEU DEUS NÃO! E o mais importante, que a infância é o momento mais bonito da vida, porque é a único momento da vida que você pensa no futuro e tudo ainda parece possível. Eu adoro perguntar pra ela quando ela vai tocar violão tão bem quanto eu (ela começou agora), e ela diz sem humildade nenhuma que daqui um ano ela já tá melhor que eu. Também fico perguntando, você vai conseguir passar na prova? E ela diz que com certeza. Aí, como eu adoro essas coisas. Fazer o impossível parecer simples é a coisa mais bonita da vida. É essa coisa, tão insustentavelmente leve, que me faz pensar (só de vez em quando) que a vida é uma puta coisa fantástica e que vale a pena. Só por momentos como esse. É como quando você tá apaixonado e tem a certeza mais sólida do mundo de que aquele exato momento vai durar pra sempre (e que geralmente dura, mas de maneira diferente).

Pois é. Um monte de BABOSEIRA até agora pra falar que eu li uma história. Uma história muito bonita de infância, daquelas que só podem ser feitas por adultos, e que foi feita por uma pr(ofissão)etensão que desejo. Alguém que “Vive pra reclamar e reclama pra viver”.

Porra. Merda. Como a vida é bonita.

Segue o texto. E o blog.

Segundo turno ou A política das crianças
Outubro 13, 2008
Quando eu estava no colegial (o que hoje chamam de Ensino Médio), formamos uma chapa para o grêmio.
A chapa se chamava Crispan II.
Crispan porque o bedel do colégio se chamava Crispim. Era um negro barbudo, gente boa pra caralho.
Um dia ele apareceu na escola sem barba. Decidimos então que aquele era o Crispan, irmão gêmeo do Crispim. E a piada deu nome à chapa, num tipo de homenagem bizarra.
O II era porque no ano anterior tínhamos feito a Crispan I.
A Crispan era só pra tiração de sarro. Íamos de terno pra escola, com bíblias na mão e dinheiro pendurado caindo do bolso e passávamos de classe em classe com o lema “Não vote nulo. Se for pra desperdiçar seu voto, vote Crispan”.
Criamos cargos fictícios, como “Assessor para Assuntos Litorâneos na Hora das Aulas Vagas”, “Assessor de Moda, Esportes e Culinária” e assim ia.
Nos intervalos de aula, como forma de campanha, propusemos e concluímos com êxito um campeonato de jóquempô.
Na nossa plataforma, propostas como o fim da biblioteca para instalação de uma sauna mista; o fim da sala dos professores para instalação de uma academia; a montagem de um circuito de motocross no pátio; a criação de uma linha de metrô Escola - Santos, pras horas de aula vaga; a criação de uma bomba atômica, que defendíamos como arma para a paz e defesa contra os colégios concorrentes no mercado (era um colégio técnico); e o incrível sistema de rodízio de aulas vagas.
Esse sistema consistia em ter um ano de aula e um ano sem aula; nos anos com aula, um mês com aula e outro sem; nos meses com aula, uma semana com aula e outra sem; nas semanas com aula, um dia com aula e outro sem; nos dias com aula, uma aula sim e outra não; e as aulas sim seriam todas vagas.
E nos debates, onde ficavam 3 integrantes de cada chapa na mesa, promovíamos um show de coreografia: nossos 3 integrantes mudavam de “posição-de-tédio” na mesa ao mesmo tempo - mão na cara, 1, 2, 3, mãos cruzadas, 1, 2, 3, cabeça na mesa, 1, 2, 3 e assim por diante, uma coisa meio Monty Python; apresentamos uma proposta de esportes para “acabar com a ditadura dos saudáveis que jogam futebol” criando um incrível campeonato de sumô, cujos slides de apresentação chegaram na mala de nosso Assessor de Esportes, Tricô e Novelas que, por sua vez, chegou cercado de 5 “seguranças” e um monte de fotógrafos; e concluímos nossa fala cantando “um, dois, três indiozinhos” - isso sem falar nas perguntas pras outras chapas, “é verdade que sua mãe…” e coisas do tipo.
Toda essa palhaçada, somada ao fato de uma das outras chapas chamar-se X, o que remetia ao nome da professora mais temida da escola (de matemática, claro), a Márcia Xavier, carinhosamente chamada de Márcia X, e a outra chapa chamar-se “É nóis na fita”, num ótimo exemplo de como a escolha do nome de qualquer coisa que seja - principalmente dos seus filhos - deve ser um momento de bastante reflexão pra não fazer merda, nos levou a vencer as eleições.
O que fizemos depois de vencê-las?
Organizamos um campeonato de futebol (o que já seria feito mesmo sem grêmio) e acabamos com a gestão em menos de três meses - porque todo mundo estava ali pela palhaçada, ninguém tinha muito a ver um com o outro ideologicamente.
Porque escrevo tudo isso?
Pra dizer que a gente aprende desde criança que política é isso, que as eleições são e sempre serão uma piada, um circo.
Quem tiver os melhores palhaços, leva.
E quem não gostar de circo, ou tiver medo de palhaço, fica a ver navios.
Ou não.
Porque quando o governo estadual decidiu acabar com uma verba destinada às ETE’s (Escolas Técnicas Estaduais) que passava pela Fundação Paula Souza, que era quem administrava as mesmas, organizamos uma manifestação enorme junto às outras ETE’s para barrar a proposta.
Sem grêmio.
E quando a diretoria resolveu impor o uniforme obrigatório para todos os estudantes, nós, principalmente os que estavam no terceiro ano e não queriam gastar uma grana pra comprar um uniforme que só seria usado por mais seis meses, organizamos no mesmo dia em que passaria a valer a obrigatoriedade (a punição pra quem estivesse sem uniforme era ser mandado pra casa) o “Dia do Chique Brega”, em que todos iriam vestidos chique e brega, sem uniforme.
Um dia depois, estava revogada a obrigatoriedade. Até porque, a diretoria sabia, a gente sairia dali em seis meses e no ano seguinte eles não teriam mais resistência - hoje, me dá até uma tristeza quando vejo alguém com o uniforme da ETE no metrô.
Então, quando precisou, estávamos lá. Sem precisar de gente esperta e esclarecida pra dirigir.
A gente acha que criança serve pra aprender, ou melhor, a gente vive condicionando criança pra aprender, e só.
Não percebemos que na maioria das vezes elas estão aqui pra ensinar.
Ensinar como a vida é simples quando a gente olha pra ela com olhos de criança.
Sinceros, espontâneos. Maldosos às vezes.
Mas mais do que tudo, humanos.
Nada me dá mais agonia do que olhar pela janela de uma sala de aula e ver aquele mar de crianças prostradas, rosto enfiado no caderno, anotando meticulosamente o que diz o professor.
A imagem me lembra “A Classe Operária Vai ao Paraíso”.
Ainda bem que, no meio destas, sempre tem algumas dormindo.
Esse sim, o sono dos justos.
Um sonho do amanhã.
***
Antes que alguém pergunte ou afirme, SIM, no colegial ainda somos crianças.
Por mais que queiram nos fazer sentir adultos.
http://manihot.wordpress.com/

uma história legal, com comeco, meio e fim original.

é como eu, meu amigo, o B.B. King (e muitos outros escondidos por aí.. se apresentem!!) dizem:

Live the life you wanna live man, the life you wanna live.

Puta que Pariu. Vou fumar um cigarro, to com muito tesão. haha

(o primeiro nome do Durkheim é Emily).

Quando leu Durkheim, pensou:

-só uma mulher para perceber isso. Vivemos numa sociedade anêmica.

Deve ser por isso que não conseguia dormir. Ficava sentindo um vazio no coração e no bolso. Aí que dó!

Cansada do mal-estar decidiu comer; na verdade se empanturrar. Sentiu-se cheia.

Até deu soninho.

Quando foi dormir, teve pesadelos.

domingo, 2 de novembro de 2008

Aspirina.

Ele queria salvar o mundo, mas salvar de verdade. Tanto, que planejava todas, todas as ações que iria fazer quando se tornasse o senhor de tudo aquilo.

Na sexta, foi pro bar. Bebeu demais.

Sábado, ficou em casa, estava de ressaca. Perguntado se queria sair por aí pra ver o que era seu, disse que estava com gripe.

Gripe! A mentira mais usada para não ir à escola.

Who loves the sun?.

Era a década de 70. Século XX. Fazia chuva e ela não pôde sair. Tadinha.
Ela liga o rádio, e encosta a orelha.

“pa pa pa paaah, Who loves the Sun?”.

A semana inteira ficou cantando baixinho, como se fosse um disco, gostava de pensar.

E ela nem sabia falar inglês...

“Then one fine mornin' she turns on a New York station
She doesn't believe what she hears at all
Ooh, She started dancin' to that fine fine music
You know her life is saved by rock 'n' roll,
Yeah, rock n' roll
Despite all the computations
You could just dance to that rock 'n' roll station”

Gosto de pensar que só eu consigo entender essa frase.

...

Você também não faz o mesmo?