Odiava baladas, mas foi. Pedia licença com um toque no ombro, e as pessoas olhavam pra ele, talvez em busca de romance. No entanto, seu alvo era um só: o Bar. 3 da manhã e não agüentava mais, suava frio de vez em quando, mas tudo bem; tinha um copo de cerveja gelada. Não tinha assunto para conversar com os outros, e bebia mais rápido e ia mais pro bar. Na fila da cerveja, duas meninas o empurram, fica bravinho, mas não gostava de fazer drama na balada, olhou para elas, suspirou, olhou para cima, pensou no motivo de merecer tudo aquilo, e fez uma carinha de bravo.
Elas sorriram, viram que ele ficou bravinho, e começaram a atiçá-lo. Perguntaram a faculdade, e começaram a cantar. A mais embriagada, é claro, começou a se esfregar nele. Tudo bem, ele pensou. Mas a outra era mais cativante, menos bonita, mas mais cativante. Acabaram se beijando. Quando estava cansado daqueles beijinhos, se encheu de atitude e disse:
-Vamos para aquele muro escuro?- como eu sou idiota, respondeu a si mesmo.
Ela só acena com um sorriso. Beijaram-se por uma hora. Ficou preocupado, pois estava de carona. Olhou pro celular buscando as horas e uma ligação que o dispensasse daquilo tudo. Tomou coragem e disse que tinha que ir. Ela pegou no seu pau. Voltou a por seu celular no bolso e se entregou ao beijo novamente. Cansado, queria sair daquilo lá. Separou-se dos lábios, ela percebe, e indaga:
-Vamos ao banheiro? É sussa...
Olha pro celular, pensa no que está acontecendo, e decidi ir embora.
Encontra os amigos, se anima, vai embora, e no meio do caminho solta:
-Peguei uma mina, ela pegou no meu pau, e me chamou pro banheiro.
Glória à USP
Há 15 anos