segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Corações.

A olhava na busca por desastres premeditados e inevitáveis.

-Dois corpos nunca ocupam o mesmo espaço-tempo.

Não se importa.

Suas olheiras lhe encantavam. Os olhos mal maquiados e o cabelo levemente azedado não embelezavam a dor e as noites mal dormidas. Gostava disso.

Pensava que o que a paixão construiu; o amor, eventualmente iria destruir.

E era assim. A liquidez que o encantava, a consumia.

Pobre o rapaz que morre sem experimentar a selvageria do amor, e sortudo o que pode esquecer-se dela.

E tentou. E a execrou. Por todas as noites que passava sem dormir, e por todas as manhãs destinadas a acordar sem seu cheiro, sem seu coração, sem sua compaixão.

Perdera a fé. E se perguntava se aquilo realmente havia existido, pois a força de esquecer lhe parecida mais forte que a realidade. Menos forte que o poder da ironia, é verdade.

Crucificou seu coração. E o sepultou, para que nem o desejo da morte pudesse encontrá-lo. Para esquecer, para vagar. Entre o limbo, o purgatório, o mar.

O tormento aumentava. Como viver sem o que mais se deseja?

A vagueza de seu sem rumo se fazia em círculos. A volta da partida. Seu coração tinha nome. Retira e reaviva os pulsos de outrora. Sente-se perto.

Lembrar era o mais próximo que podia estar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai doido!
Curti mto esse, kda vez melhor einh!
Congratulations, congratulations...
Rs
Essa ultima frase me lembrou akele livro do Camus q t flei.

keep walking... hahaha
Abracao